segunda-feira, 24 de agosto de 2009

TEXTOS DE ALUNOS

TEMA: Produção Industrial X Preservação Ambiental

Marilia Petreca - Aluna do 8º ano (EE João Eugênio)

Como consumir sem destruir?
O homem vive em um mundo capitalista, completamente consumista, que exclui pessoas apenas por não possuírem o “carro do ano”, a “roupa da moda”. O consumo exagerado aumenta a cada dia, a sede de consumir das pessoas parece não acabar nunca.
Com esse consumismo desenfreado, as fábricas precisam aumentar a produção e a busca das matérias primas para seus produtos. Mas e a natureza, como é que fica em meio a tanta exploração? É impossível que a natureza reponha seus recursos com tanta rapidez, isso leva muito tempo, só que ao mesmo tempo, também é impossível que possamos viver sem consumir, mesmo que moderadamente. Juntando essas duas necessidades, a de que a natureza seja poupada e que mesmo assim continuemos consumindo, é que entra o desenvolvimento sustentável. É claro que não é fácil colocá-lo em prática, pois parece difícil colocar um carro em movimento sem produzir fumaça, é difícil tirar minérios do solo sem deixar buracos, mas é possível pensar em formas de equilibrá-las

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Lucas Gabriel - Aluno do 8º ano (EE João Eugênio)

Não vamos ser Mais um!
A produção Industrial é um problema imenso para o planeta, pois, eles não ligam para o meio ambiente. A Indústria, elimina um bocado de árvores, ganha seu grandioso dinheiro , fica com seu lucro e não se preocupa em plantar novas árvores para reflorestar e ajudar a desaparecer a espécie do planeta . Com essa matéria prima a indústria transformará em bancos , mesas ,brinquedos e etc.
Por isso devemos ter uma grande responsabilidade e assim utilizar e reflorestar para que todos tenham um mundo melhor no futuro ! Também devemos não poluir como, não jogar lixos nos rios e nas ruas , para evitar enchentes .
Existe sempre aquele velho ditado: {se todo mundo faz, por que não devo fazer também?}
Se todos nós cuidarmos do planeta e não poluir e jogar lixo nas ruas , e também no futuro trabalho, utilizando com responsabilidade todos daremos um futuro melhor para nossos filhos, netos e bisnetos.
Vamos todos fazer nossa parte !

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Thayna Cristina - Aluna do 8º ano (EE João Eugênio)

Fábricas, indústrias e afins... Tudo isso produz, mas será que pensam no ambiente também? Por que será que o ser humano não tem um pouquinho de consciência? Será que ninguém pensa que só produzir, extrair materiais do ambiente, sem preservar, um dia vamos ficar sem?Inúmeras fábricas poluem o ambiente, tanto com gás carbônico, quanto com lixos. Eles não param pra pensar se o ambiente vai ser prejudicado com isso, e os que pensam, são poucos para fazer diferença. O ambiente é tão importante quanto as indústrias de comércio; se nós não vivemos sem comércio, tampouco viveremos sem o meio ambiente. Nenhuma indústria pode produzir sem os recursos naturais. Então como um precisa do outro, os donos das indústrias deveriam arrumar um modo de produzir e preservar! As fábricas deveriam produzir e ao mesmo tempo preservar, não só elas... Mas todos nós.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

MST: A DEFESA DO POVO

Por Marcelo Fernandes Fonseca de Oliveira*

Acompanhamos no noticiário dos últimos dias mais uma ação do maior movimento social do Brasil, o MST. A Jornada Nacional de Lutas do MST mobilizou no último dia 12/08 trabalhadores de 11 estados, pela cobrança da Reforma Agrária e o fortalecimento dos assentamentos já existentes, além de debater com a sociedade, alternativas para a crise econômica mundial.
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, há mais de vinte anos vem combatendo e batendo de frente as injustiças sociais ocorridas no Brasil principalmente no campo. O histórico de lutas do movimento é enorme, e na maioria vezes a mídia brasileira os apresenta como um “bando” de baderneiros financiados pelo governo.
Na verdade, a luta do MST vai além das questões agrárias. As mobilizações dos trabalhadores é uma forma de pressionar as autoridades brasileiras a aplicarem as leis, uma vez que as leis no Brasil são aplicadas somente a favor dos poderosos. João Pedro Stedile, um dos líderes do movimento disse certa vez: “se reuniões e assembléias dessem resultados em prol dos trabalhadores não seria necessário mobilizações populares”.
No tocante as questões ambientais, a Aracruz Celulose comprou mais de 300 mil hectares de terras no Rio Grande do Sul para plantar eucalipto sem licença ambiental. A monocultura deste gênero é extremamente prejudicial ao meio ambiente, uma vez que necessita de um grande volume de água para seu desenvolvimento. A área de plantio está sobre uma das maiores reservas de água doce do mundo: o Aquífero Guarani.
Como forma de chamar a atenção da opinião pública para este grave problema ambiental, as valentes mulheres do movimento ocuparam o laboratório da Aracruz e destruíram milhares de mudas que, proibidas de serem plantadas na Europa, deixariam no Brasil todo passivo ambiental. A mesma empresa doou 500 mil Reais para a campanha de Yeda Crusius, então governadora do Rio Grande do Sul. Coincidência?
Os laboratórios Monsanto e Syngenta estavam produzindo sementes transgênicas de milho e soja sem licença ambiental, o Ministério Público e o IBAMA foram acionados e não tomaram providências. Este fato só repercutiu na mídia com maior visibilidade graças à ação do MST.
Certa vez o MST ocupou uma praça de pedágio e liberou o tráfego numa rodovia do Paraná, uma das praças mais caras do país. Um Juiz deste mesmo estado declarou: “as empresas de pedágio do Paraná só não tem um lucro maior que o tráfico de cocaína”. Se não houvesse manifestação contra o pedágio certamente poucos saberiam.
Falar sobre as ações do MST, tanto no passado como agora, contra as injustiças sociais que permeiam o debate político nacional, certamente necessitaria de um espaço bem mais amplo de discussões e análises. No entanto, todas as vezes que a grande mídia manipuladora invoca a sigla MST, é para deturpar os motivos das ações. Dizer que o MST “invade” e danifica propriedade privada ou órgão público, certamente, é uma forma de deixar a população pouco esclarecida, contra o movimento.
O MST não recebe verbas de governo e não invade propriedade. O MST “ocupa”, e ocupar é tomar determinado local, público ou privado, com o povo para denunciar. O MST defende o direito do povo de se manifestar e chamar a atenção da opinião pública com o intuito de denunciar injustiças sociais que a mídia, muitas vezes não denuncia.

*Professor de História e Geografia da rede pública estadual de Poços de Caldas – MG. marceloffoliveira@hotmail.com

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

O perigo da utopia

Da Agência Carta Maior por José Luís Fiori

Na segunda metade do Século XX, em particular depois de 1968, tornou-se lugar comum a crítica dos "novos filósofos" europeus, que associavam a utopia socialista ao totalitarismo. Mas não se ouviu o mesmo tipo de reflexão, depois da década de 80, quando a utopia liberal se tornou hegemônica e suas idéias tomaram conta do mundo acadêmico e político. Logo depois da Guerra Fria, Francis Fukuyama popularizou a utopia do "fim da história" e da vitória da "democracia, do mercado e da paz". E apesar dos acontecimentos que seguiram, suas idéias seguem influenciando intelectuais e governantes, sobretudo na periferia do sistema mundial.

Basta ver a confusão causada pelo anúncio recente da decisão norte-americana de ampliar sua presença militar na América do Sul. Com a instalação ou ampliação de sete bases militares no território colombiano, que deverão servir de "ponto de apoio para transporte de cargas e soldados no continente e fora dele".( FSP,5/8/09) O governo norte-americano justificou sua decisão com objetivos "de caráter humanitário e de combate ao narcotráfico". A mesma explicação que foi dada pelo governo americano, por ocasião da reativação da sua IV Frota Naval, na zona da América do Sul, no ano de 2008 : "uma decisão administrativa, tomada com objetivos pacíficos, humanitários e ecológicos" (FSP, 9/0708).

Uma das funções dos diplomatas é participar deste jogo retórico que às vezes soa até um pouco divertido. E cabe aos jornalistas o acompanhamento destes debates sobre distâncias, raio de ação dos aviões, ameaça das drogas, etc. Todavia os intelectuais têm a obrigação de transcender este mundo da retórica e dos números imediatos, e também, o mundo das fantasias utópicas, o que as vezes não acontece, e não se trata - evidentemente - de um problema de ignorância. Pense-se, por exemplo, na utopia liberal do "fim das guerras" que já não fariam mais sentido entre os grandes países, e contraponha-se este tese com a história passada e a história do próprio século XX e XXI.

Segundo a pesquisa e os dados do historiador e sociólogo norte-americano, Charles Tilly: "de 1480 a 1800, a cada dois ou três anos iniciou-se em algum lugar um novo conflito internacional expressivo; de 1800 a 1944, a cada um ou dois anos; a partir da Segunda Guerra Mundial, mais ou menos, a cada quatorze meses. A era nuclear não diminuiu a tendência dos séculos antigos a guerras mais freqüentes e mais mortíferas [ alias] , desde 1900, o mundo assistiu a 237 novas guerras, civis e internacionais.. [enquanto.] o sangrento século XIX contou 205 guerras" (Charles Tilly, Coerção, capital e Estados europeus , Edusp, 1996, p. 123 e 131.) Mesmo na década de 1990, durante os oito anos da administração Clinton, que foi transformado na figura emblemática da vitória da democracia, do mercado e da paz, os EUA mantiveram um ativismo militar muito grande. E ao contrário da impressão generalizada, "os Estados Unidos se envolveram em 48 intervenções militares, muito mais do que em toda a Guerra Fria, período em que ocorreram 16 intervenções militares". (Bacevich, 2002: p:143). E mais recentemente, os "fracassos" militares dos EUA, no Iraque e no Afeganistão - ao contrário do que dizem - aumentaram a presença militar dos EUA na Ásia Central e o cerco da Rússia e da China, envolvendo, portanto, preparação para a guerra entre três grandes potências.

Em tudo isto, fica clara a dificuldade intelectual dos liberais conviverem de forma inteligente, com o fato de que as guerras são uma dimensão essencial e co-constitutiva do sistema mundial em que vivemos, e que portanto não é sensato pensar que desaparecerão. Ao contrário do que pensam os liberais, a associação entre a "geopolítica do equilíbrio de poderes" e as guerras, não se restringe ao século XIX, ( já havia sido identificada na Grécia), e o sonho do "governo mundial" das grandes potências, já existe pelo menos desde o Congresso de Viena, em 1815, sem que isto tenha impedido o aumento do numero dos estados e das guerras nacionais.

Neste tipo de sistema mundial, por outro lado, é muito difícil acreditar na possibilidade do "fim do imperialismo", e ainda menos, neste início do século XXI, em que as grandes potências - velhas e novas - se lançam sobre a África, e sobre a América Latina, disputando palmo a palmo o controle monopólico dos seus mercados e das fontes de energia e matérias primas estratégicas. E soa quase ingênua a crença liberal nos "mercados abertos", num mundo em que todas as grandes potências impedem o acesso às tecnologias de ponta, não aceitam a venda de suas empresas estratégicas, e protegem de forma cada vez mais sofisticada seus produtores industriais e seus mercados agrícolas.

Neste ponto, chama atenção a facilidade com que os economistas liberais confundem os mercados de petróleo, armas e moedas, por exemplo, com os mercados de chuchu, queijos e vinhos. Em tudo isto, o importante é que a utopia liberal também pode ter conseqüências nefastas, sobretudo para os países que não estão situados nos primeiros escalões da hierarquia de poder do sistema mundial. Se as utopias de esquerda levaram - em muitos casos - ao totalitarismo, a utopia liberal e sua permanente negação do papel do poder e da preparação para a guerra, na história do capitalismo e das relações internacionais, leva, com freqüência, os intelectuais e dirigentes destes países mais fracos, à uma posição de servilismo internacional.

José Luís Fiori, cientista político, é professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

CAMPO: DOMINAÇÃO, LUTA E VIOLÊNCIA

Por Marcelo Fernandes Fonseca de Oliveira*

Entre os diversos temas que permeiam o debate político, econômico e social do Brasil contemporâneo, e se torna discurso corrente principalmente em anos eleitorais, diz respeito à estrutura fundiária nacional, a reforma agrária e os conflitos sociais no campo. Muito já se disse e fora prometido, no entanto, nada se fez e nada se faz.
Apesar de possuir dimensões continentais, o Brasil está entre os países com pior distribuição de terras do mundo. E a distribuição existente é uma das mais desiguais. Para o Geógrafo Ariovaldo Umbelino de Oliveira, o latifúndio e as lutas sociais no campo, não são exclusividades do nosso tempo. Tem suas raízes no modelo de colonização empregado no Brasil pelo rei de Portugal, e durante o processo histórico, tal modelo justificou a posse das grandes propriedades rurais.
Com o sistema de Capitanias Hereditárias, os capitães donatários recebiam uma doação da Coroa portuguesa pela qual se tornavam possuidores e não proprietários de vastas extensões de terras. No entanto, a posse dava aos donatários poderes e direitos sobre o território, dentre eles a doação de sesmarias. Para o Historiador Boris Fausto, reside aí a origem do latifúndio e da concentração de terras no Brasil.
A posse da terra era sinônimo de prestígio, uma afirmação aristocrática. Os primeiros prejudicados e os primeiros a lutarem, foram os indígenas, que viram suas terras serem tomadas e seus costumes dilacerados. Lutaram, mas a luta foi desigual. Nos tempos da escravidão, os negros lutaram contra os grandes fazendeiros pela sua liberdade; luta desigual. Canudos e Contestado, camponeses se revoltaram. Para manter a “ordem” o Estado, coercitivo, reagiu com violência.
As lutas no campo ganham dimensão nacional nas décadas de 1950 – 60, com a formação das Ligas Camponesas e a criação da ULTAB (União dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas do Brasil). No entanto, com a tomada do poder pelos militares em 1964, os líderes foram perseguidos e assassinados.
Política e interesses agrários se misturam. Leis e acordos justificam atitudes. Entre outras, a Lei de Terras (1850): consolidou o latifúndio, o Convênio de Taubaté (1906): privilegiou os cafeicultores, o Estatuto da Terra (1964): jamais aplicado. E a violência? Não só física, mas simbólica: Corumbiara, Eldorado dos Carajás, Pontal do Paranapanema, Chico Mendes, irmã Dorothy Stang e tantos outros...
O que mudou? Nada. Encontramos facilmente pelos rincões deste país inúmeros latifúndios monocultores controlados por grandes grupos capitalistas e por aqueles que controlam. A “bancada ruralista” congrega mais de cem representantes entre deputados e senadores, e constitui o maior grupo de interesses do Congresso Nacional, frutos da UDR.
E ficam as famosas perguntas que nunca se calam: Será que estes nobres deputados e senadores estão dispostos a fazerem a reforma agrária, tão essencial para o desenvolvimento de nosso país? Repartiriam eles as suas terras e as de seus capachos? Votariam leis contra seus interesses? Eu, modestamente, duvido muito. Reformas sociais, tanto no campo como na cidade, estão atreladas a reforma política e na política.

*Professor de História e Geografia da rede pública estadual de Poços de Caldas – MG. marceloffoliveira@hotmail.com